INJUSTIÇAS AMBIENTAIS NO ENTORNO DA REDUC

A REDUC foi inaugurada há 50 anos e o Pólo Petroquímico que se formou ao seu redor se tornaram ao longo do tempo um dos maiores poluidores da Baía de Guanabara, prejudicando plantas e animais, como também a saúde e os modos de vida das populações no seu entorno. A população do seu entorno está mais exposta a uma série de situações consideradas de risco, tais como: abastecimento regular de água tratada, habitações precárias, em locais com riscos de enchentes, falta de equipamentos públicos de saúde, e de outras ações de saneamento, que se somam aos riscos de vazamentos de gases, óleo (como o de 2000), lançamento de efluentes industriais nos rios e Baía de Guanabara, transporte de cargas perigosas, contaminação de solos, emissões gasosas, armazenamento de combustíveis e outros derivados do petróleo, explosões e incêndios (como o de 1972), além da dificuldade de inserção em postos de trabalho na Refinaria e outras empresas do Pólo.

 

Uma das ruas de Campos Elíseos, não asfaltada,  à menos de 1000 metros da REDUC.

 Foto tirada pela autora

Córrego que recebe esgoto industrial em Campos Elísios

Fonte: esmonteiro.blogspot.com

Um terreno que contém dutos enterrados no qual um animal pasta livremente.           Foto tirada pela  autora.

Campo de futebol, em Campos Elíseos,  tendo ao fundo um dos flaires da REDUC.

  Foto tirada pela autora.

Após a chuva, as águas de um córrego por onde corre o esgoto se misturam na rua, por onde os pedestres passam. 
    Foto tirada pela autora

Os caminhões que transportam substâncias inflamáveis ficam estacionados  próximos ás residências. 
Foto tirada pela autora.

 

IMPACTO AMBIENTAL GERADO PELO REFINO DO PETRÓLEO

Nesta postagem, destacamos as principais consequências do refino do petróleo para a saúde humana bem como os principais tipos de acidentes que ocorrem durante as etapas de refino, transporte e armazenagem.

    

Fonte; turma306fisica.blogspot.com

Assinalamos que dentre os principais componentes do petróleo, as substâncias mais prejudiciais à saúde do ser humano são: os compostos aromáticos BTEX , os hidrocarbonetos policíclicos aromáticos (HPA), os hidrocarbonetos totais de petróleo (HTP) e os compostos orgânicos voláteis (RAULINO, 2009). Acrescentamos também, que a principal emissão atmosférica dos sistemas blowdown (válvula de segurança e alívio) é a dos hidrocarbonetos, no caso do lançamento direto para a atmosfera, e dos óxidos de enxofre, no caso da queima nos flares (MARIANO, 2006).

Dentre os principais impactos estão as emissões atmosféricas de poluentes como NO_x, SO_x, VOC e CO₂; elevadas cargas orgânicas nos efluentes líquidos; e resíduos sólidos diversos como solos contaminados, borras oleosas, etc. Por conseguinte, verifica-se que todas as substâncias citadas merecem ser alvo de atenção porque podem contaminar pelo contato direto (como a inalação de vapores) desses compostos indevidamente dispostos no ar e no solo, e também quando presentes na água consumida principalmente pelo ser humano (ANDRADE et all, 2010). Segundo Rios (2011), os principais impactos do refinamento do petróleo sobre a saúde humana são: a irritação nos olhos, efeitos sobre o sistema cardiovascular e efeitos sobre o sistema respiratório. 

Poluição por derramamento de petróleo no mar


O link abaixo mostra de maneira interessante, a poluição gerada pelo derramamento do petróleo no mar

http://www.labvirtq.fe.usp.br/simulacoes/quimica/sim_qui_petroleoemaltomar.htm

 Somando-se ao que foi dito acima, a causa mais comum de impacto ambiental gerado por petróleo está relacionada com o seu transporte, onde ocorrem  os  grandes vazamentos. Outras situações também ocasionados são: incêndios (por exemplo, ocorrido na  REDUC em 16/09/2010),  explosões, vazamentos de gás entre outros.

Incêndio atinge refinaria da Petrobras em Duque de Caxias no RJ

( fonte: http://s04.video.glbimg.com/x240/1338183.jpg)

O vídeo abaixo mostra um tipo de acidente ocorrido na Bacia de Camposu.

 

Refino do Petróleo

No estado bruto o petróleo não tem aplicação comercial, sendo necessário beneficiá-lo para obtenção de produtos utilizáveis. Portanto,  o processo de refino do petróleo consiste numa  série de beneficiamentos pelos quais passa  o mineral bruto, para a obtenção de produtos de grande interesse comercial. Portanto, refinar petróleo é separar as frações desejadas, processá-las e lhes dar acabamento, de modo a se obterem produtos comerciais. (MARIANO,2006).

 A figura abaixo destaca o esquema do refino do petróleo.

              Nas refinarias, o seu processamento  é realizado por meio da destilação fracionada, com a finalidade de separar as diferentes  substâncias que formam o petróleo. A partir do petróleo  em estado bruto, obtém-se  99 diferentes produtos, entre os quais encontram-se: gás liquefeito de petróleo (GLP), gás natural veicular e de cozinha. (RAULINO, 2009)

O vídeo abaixo mostra o processo de destilação fracionada numa refinaria de petróleo  de forma didática e  de fácil entendimento.

                       Alguns produtos obtidos a partir do refino do petróleo: 

Fonte:eco4u.wordpress.com 

Segundo RIOS (2011), o processo de refinamento do petróleo origina  impactos negativos sobre a saúde e o meio ambiente. Os mais importantes são:

-  a  irritação nos olhos ;

- efeitos sobre o Sistema Cardiovascular;

- efeitos sobre o Sistema Respiratório;

  O pH das chuvas é, normalmente, levemente ácido, aproximadamente igual a 5,65, devido à dissolução de gases, especialmente o CO2, contribuindo  para o aumento da acidez das águas, formando as chuvas ácidas.formação de chuva ácida. 

 

Origem e composição do petróleo

Fonte: origem-do-petroleo-e-gas-natural.jpg

A imagem faz uma brincadeira!!!!!!!!!!!!! Não é bem assim!!!!!!!!!!!

O que aconteceu foi o seguinte: 

Fonte:dinossauros-8691.jpg

O petróleo bruto é resultante da decomposição da matéria orgânica resultante de restos de animais e plantas juntamente com rochas sedimentares, que após longo tempo sofrendo ações bacterianas e químicas, ativadas pelo aumento de pressão e temperatura, acabam por se transformar em hidrocarbonetos.


No estado líquido, o petróleo é uma substância oleosa, inflamável, geralmente menos densa que a água, com cheiro característico, cuja coloração que pode variar desde o castanho claro até o preto. Estas duas últimas características variam em função dos diferentes reservatórios em que os óleos são obtidos. Sua composição é, basicamente, uma mistura complexa de hidrocarbonetos diferentes (substâncias formadas por carbono e hidrogênio), principalmente alcanos, que apresenta constituintes em menor percentual, como o  enxofre, nitrogênio, oxigênio, metais e sais. Tais constituintes são considerados nocivos aos produtos, equipamentos e ao meio ambiente, sendo por isso considerados impurezas, devendo ser removidos em processos de tratamento específicos. (THOMAS,2001). 

O vídeo acima   mostra uma viagem virtual dos reservatórios às unidades flutuantes de produção.    

O quadro abaixo mostra o percentual de elementos e substãncias químicas que constituem o petróleo bruto.

COMPOSIÇÃO QUÍMICA (EM MÉDIA) DO      PETRÓLEO BRUTO

carbono - 84%

hidrogênio - 14%

enxofre-de1 a 3% (sulfeto de hidrogênio, sulfetos, dissulfetos,  enxofre   elementar)

oxigênio - menos de 1% (encontrado em compostos orgânicos como o        dióxido de carbono, fenóis, cetonas e ácidos carboxílicos)

nitrogênio - menos de 1% (compostos básicos com grupos amina)  

         Adaptado http://ciencia.hsw.uol.com.br/refino-de-petroleo1.htm

O vídeo acima fornece conhecimentos básicos sobre o petróleo.

A extração, o refino e a queima do petróleo e seus derivados são atividades humanas que participam na promoção desta crise ambiental. Dentre os produtos derivados do petróleo, os mais preocupantes, sob o ponto de vista da contaminação, são: benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos (isômeros: orto-, meta- e para-xileno). Estes compostos, conhecidos também como BTEX, são definidos como hidrocarbonetos mono aromáticos, cujas estruturas moleculares possuem como característica principal a presença do anel benzênico. São encontrados, predominantemente, em solventes e em combustíveis e são os constituintes mais solúveis na fração da gasolina (ANDRADE et al., 2010).